Do socialismo para o capitalismo Moçambique teve de adaptar se internamente para que tudo corresse bem.Mas nem tudo foi como deveria ser....
Com o capitalismo as elites politicas enriqueceram,a corrupção aumentou e de acordo com Marcelo Mosse num trabalho por si realizado recentemente refere que este enriquecimento esta devidamente documentado.
"Este enriquecimento teve como bases as privatizações,a delapidação dos recursos da banca,os quais o Estado teve de repor"- Marcelo Mosse in "Corrupção em Moçambique: Alguns elementos para debate."
Esta adaptação interna resultou claramente como a causa principal de uma grande diferença entre os ricos,a classe média e os (muito) pobres no pais.
Passando para outros capitulos,que não a fase do socialismo para o capitalismo podemos encontrar outras marcas do mundo globalizado no pais.Mais assassinios,fugas da prisão e grandes julgamentos marcaram o inicio do novo milénio do pais.Digo marca do mundo globalizado porque estes acontecimentos parecem uma transposição dos filmes de Hollywood para a realidade da sociedade moçambicana.São vários os acontecimentos que vão se vão sucedendo e as respostas não aparecem ou aparecem mas são duvidosas.
Acidente de Tenga,Caso Montepuez,Os Madjermans,a(s) fuga(s) de Anibalzinho entre muitos e muitos,muitos outros são casos que em qualquer pais aonde os politicos são dignos seria caso de auto-demissão.
Contudo os altos responsaveis das instituições que controlam e regulam estes casos manteem se nos seus cargos sem sentir peso na consciência.Espero que os politicos que ai veem para o lugares de decisão sejam dignos de os ocuparem.
O Sistema Politico Moçambicano
As eleições são um acontecimento importante em qualquer pais e em Moçambique não foge a regra até porque o pais vai apenas nas suas 3as eleições.Contudo penso que o sistema politico (presidencialismo) vigente em Moçambique não é o ideal porque contribui para 1 concentração de poderes por parte do Presidente da Republica.O mesmo foi defendido por Máximo Dias a semanas atras no Imparcial.Penso que optando por um sistema semi-presidencialista igual ao português e de muitos outros paises europeus Moçambique ganharia e tiraria beneficios para o desenvolvimento politico.Porem este sistema tem como unica desvantagem no meu ponto de vista que traria mais custos para o orçamento de Estado visto que as despesas são um hobbie para a actual elite politica moçambicana.
Os principais candidatos à presidência da republica
Afonso Dhlakama e Armando E. Guebuza.
Afonso Dhlakama
Canditado da Renamo-União Eleitoral é natural de Mangunda na provincia de Sofala tem 53 anos e vai fazer 54 no próximo mês de Janeiro.A vitória seria pois,1 certamente o presente ideal. Foi membro do Partido Frelimo mas abandonou para fundar a Resistência Nacional Moçambicana - Renamo partido do qual é presidente após a morte de André Matsangaíssa.A Renamo foi opositora da Frelimo na guerra civil durante 16 anos por não concordar com as politicas seguidas pela Frelimo acabando por recorrer a uma guerra civil sangrenta com mais de um milhão de mortos e uma luta armada destruiu e deixou o pais sem grande parte das principais infra-estruturas de funcionamento o que ajudou o pais a afundar-se ainda mais na lista dos paises mais pobres do mundo.A Renamo destruiu ainda propriedades,assassinou muitos cidadão pelo pais.O seu principal financiador era o antigo regime sul africano e os Eua (por parte dos serviços secretos) que queriam impor-se à a ex-União Sovietica devido ao clima da Guerra Fria.
Dhlakama esta mais maduro para as eleições que ai veem.Apresenta-se mais uma vez com o lema "Quem vota Dhlakama, vota RENAMO-União Eleitoral"Cresceu politicamente e já é reconhecido internacionalmente,sendo que ocupa o cargo de presidente da União Democrática Africana e é ainda um dos vice-presidentes da Internacional Democrática do Centro,uma organização politica internacional.Para além de ter crescido politicamente Dlhakama conseguiu manter uma linha coerente de pensamentos mesmo de nivel de presidente de 1 partido na oposição.Contudo para lá do lado politico veem a publico que é uma pessoa mãos largas sendo que a gestão de dinheiros não é do seu entendimento.Desta afirmação nasce logo uma duvida.Se ganhar como seria que Dhlakama iria gerir um pais?Não iria a corrupção,esse grande obstaculo e problema continuar a afectar Moçambique?
Mais uma vez recorro a Marcelo Mosse : "Dlhakama (...) que usa e abusa dos quatro mil milhões de meticais mensais (150 mil euros), que o seu partido recebe do erário público sem critérios de gestão transparente ".
No meu ponto de vista Dhlakama não tem espirito lider capaz de guiar o pais a nivel diplomático mas ai o fantasma de Chissano nessa vertente tambem aparecerá para Guebuza que certamente terra de recorrer aos lobbies de Chissano para conseguir estatuto diplomatico.
Certezas existem.Nampula (provincia com maior população),Sofala são provincias que a Renamo-UE tem quase certeza que ganhará e assim só tem de se preocupar em ganhar mais votos aonde perdeu eleitorado para a Frelimo em 1999.
Armando Emilio Guebuza
Nasceu a 20 de Janeiro de 1943,em Murrupula,Província de Nampula.Tal como Dhlakama tambem podera receber um presente atrasado mas desta vez com mais alguns dias de atraso.
Tem a dificil tarefa de substituir Chissano e amostrar-se de novo ao povo moçambicano num cargo politico mas desta vez o maior possivel no pais.O primeiro cargo governativo desempenhado foi durante o governo de transição após a assinatura dos Acordos de Lusaka,nessa altura foi designado Ministro da Administração Interna cargo que exerceu e ficou marcado pela instituição das Guias de Marcha.No primeiro Governo do Moçambique independente é nomeado Ministro do Interior aonde tambem mais um caso marcou a sua passagem por uma pasta minesterial.O "Vinte e Quatro Vinte" como ficou conhecido foi caracterizado por expulsar cidadãos estrangeiros coisa que segundo li afectou a economia Nacional na altura.Ainda como Ministro do Interior expulsou quinze mil agentes da PSP (Polícia de Segurança Pública colonial) violando uma alinea assinada nos Acordos de Lusaka.
Ainda no primeiro Governo,Samora Machel,saturado dos abusos de Guebuza,removeu-o do Ministério do Interior, afectando-o na Beira, como “ministro residente” aonde mais um caso acabaria levando a sua demissão tornando se ministro sem pasta.Tempos depois voltaria ao Ministério do Interior.Após a morte de Samora,Guebuza é nomeado,no Governo de Chissano ministro de Transportes e Comunicações."
Em 1990, é nomeado chefe da delegação do Governo às conversações de Roma que resultaram na assinatura do Acordo Geral de Paz em 1992."- Excerto tirado do site da Frelimo - http://www.frelimo.org.mz/sgbiografia.html O facto de ter sido chefe da delegação do governo já faz dele um dos principais padrinhos da paz do pais.
Guebuza ao contrário de Dhlakama é dos homens mais ricos de Moçambique.Possui interesses económicos nas várias areas sendo sector imobiliário,industrial ou mesmo transformação industrial de pescado 3 exemplos escolhidos a sorte.
O mais relevante em termos politicos é o facto de ser sócio de Raul Domingos,opositor politico directo nestas eleições na empresa Aguas de Moçambique.
Temos aqui um autêntico provavel Presidente-Empresário.Espero,tal como outros eleitos que caso seja eleito Guebuza consiga conduzir o pais de forma a que os seus interesses não estejam a frente dos do povo.Afinal a luta contra a corrupção é uma das suas prioridades caso seja eleito!
Qual dos dois ganhará?O povo escolhera...Eu desta vez abstenho-me!
Fim da IIª Parte